domingo, 29 de dezembro de 2013

Salgado

Não sei se a culpa é das cartas de amor que eu não escrevi.
Se foi o suor que escorria por meu rosto.
Se foram as horas que passei chorando no banho, deixando as lágrimas se confundirem com água que vinha de cima, só para que, no final, pudesse dizer que tudo estava bem.
Talvez tenham sido os erros na pontuação. Licença poética? Que nada!
Me tirava a paz, mas não o prazer.
O prazer do mar. De se sentir um só, quando não mais se nota os limites do corpo, onde termino eu e começa o mar. Sou setenta por cento água. Setenta por cento mar. Se isso não é amar, é amorte.
Mas como ser inteiro e continuar intacto?
E como ir fundo em terra firme?

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