quarta-feira, 25 de junho de 2014

Doce até mais ver

Pernas pra que te quero nas asas de quem se dá.
Te quero e te quero sem lero lero, sem tititi.
Na roda de samba e com as rodas no asfalto
Melhor ainda se estiver descalço.

Me deixa ser marinheira
nesse mar que me encosta na linha do horizonte
e me chama pra dançar a valsa brasileira
que é a saudade de você

Até que passos mais afortunados
abraçados pela vontade de cantar
Dancem até nós dois
e todo o caos e a beleza que isso gera

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Pulando na balança

Uma rede de supermercados tem como slogan a frase "O que faz você feliz?"
É, de fato, um ótimo marketing porque a pergunta chama a atenção pelas inúmeras respostas.
"Uma boneca da Barbie", "Um boneco de pelúcia do, tão incrível mascote da copa, Fuleco" e "Uma Beyblade" são respostas que talvez invadam a cabeça das crianças, assim como carros, anéis e televisões maiores surgem na mente daqueles que se dizem mais maduros.
A verdade, embora ninguém seja dono dela, é que nenhum ser humano se faz feliz com coisas se não houver a quem mostrá-las ou com quem dividi-las.
Portanto, a pergunta correta seria "Quem faz você feliz?"
 Pessoas como a mamãe, o papai, o maridão, Justin Bieber e a menina nova que passou o Whatsapp, pipocariam os imaginários, mas onde é que já se viu jogar essa bigorna  de quinhentas toneladas, que é a sua felicidade, nas costas de uma só pessoa?
O que, então, deveria ser feito? Dividir esse peso entre várias pessoas? Mas como, se nunca se está plenamente satisfeito com todos? Dessa maneira sua felicidade estará sempre aos tropeços, acontecendo parcialmente e nunca por inteiro. Não se pode ser imparcial em relação a isso.
A verdade, já que ela tem muitas facetas, é que a única pessoa que deve se responsabilizar pela felicidade, é aquela que tem capacidade para aguentar seu peso e transformá-lo numa pena de passarinho. Você mesmo.
Por isso, não se deve colocar outros rostos ou nomes naquilo que impede o sorriso. Alguém uma vez disse que não há caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho. Se faça feliz, no resto a natureza da um jeitinho.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Função de viagem

A tua propaganda se opõe à minha poesia.

Teus verbos no imperativo, ordenando o desnecessário, inibem minhas palavras que

gostam de caminhar descalças.

Esse tal de marketing te distorce como uma casa de espelhos e te tira o que tens de

mais brasileiro: o blá, blá, blá e o beijo na boca. A língua.

Não consinta só porque a moda implora e a mídia controla.

Tens andado tão ocupado em ser receptor que esqueceste a possibilidade de

emitir qualquer reação ou fazer qualquer relação.