Querem privatizar o oceano.
Eles o têm vendido como um quadro na parede pra visita ver a vista (também pode ser cartão de crédito) e ai de você se não se enquadrar!
Erguem-se, então, os gigantes de concreto, amontoando-se por uma parte do azul como os paparazzi que pedem um pedaço da celebridade loira. Capa da revista hoje, banheiro do cachorro amanhã.
Cobra-se pelo barulho das ondas do mar, pelo bronze dos beijos do sol, pelo vento no rosto e por um lugar na sombra (pista, pista premium, camarote).
Não que isso impeça as árvores de serem derrubadas, o esgoto de ser lançado ao mar e o preconceito pela pele.
A lei da oferta e da procura pode ser bastante vantajosa quando tudo é raro, tudo é VIP.
Vendemos os negros e os índios, pagamos os dízimos, queimamos as bruxas, pedimos perdão pela fofoca e o tesão, nos arrependemos dos três cheeseburgers do almoço, compramos um carro flex e pagamos dois reais pelo etanol, cobramos as boas notas dos nossos filhos e a dedicação de nossas esposas de seios fartos e nos cobramos por salários mais altos do que o do homem da sala ao lado. Assistimos ao futebol na quarta-feira e compramos a cerveja da ex-BBB. Respeitamos a todos, temos até amigos que são. Vamos levar toda família pra Miami no verão.
Almas perdidas, ideais prostituídos, somos todos rapazes bem sucedidos.
Texto doido, cru, nu! Jamilinda, continue essa bela flor que enfeita a calçada suja, vomitada e podre. :)
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