quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Intenso em instantes

Às vezes tenho a impressão de estar vivendo minha vida como um trailer que enche de esperanças pessoas que acabam indo ver a um filme ruim.
Me sinto em meio a um videoclipe de imagens sem sentido que podem parecer interessantes por três minutos, mas são só um amontoado de loucuras pra uma vida inteira.
Mas, sinceramente, uma vida inteira é tempo demais pra ser vivido pela metade. Eu quero um pedaço de cada pra viagem.
Não é um monólogo, ficção ou um documentário. Não poderia jamais registrar fielmente esses pequenos momentos de epifania em que a vida aparece nua, seja no transbordar dos olhos, no arder da garganta, no surgimento do sorriso, no despertar das manhãs ou no cessar do coração. Não poderia também, embora desejasse imensamente ter criatividade para tal, inventar instantes assim. A vida é um bicho arisco que foge a qualquer sinal de atuação, mas escancara os dentes e abre o peito ao farejar o perigo: que vença o melhor.
Que sejam, então, captadas imagens desconexas, mas que elas despertem qualquer cousa. Que tragam o que sentir. Não precisar ser obra prima, só não pode passar em branco, não é necessário sentido, só é necessário seguir (pra onde der e vier e pra onde o coração mandar). 


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