Antes de o galo cantar indago: quantas madrugadas são vocês?
E as palavras se portam como números na ponta da língua ou na ponta do lápis. Multiplicam-se, dividem-se e, antes que eu possa me dar conta, já estão inventando histórias e criando estrofes. Portam-se, então, como heróis ou trovadores, que querem mudar o mundo, mover montanhas, cantar façanhas, contar vantagens e viver viagens.
Não são produto nem querem ser possuídas. Existem: que posso eu fazer? Direito a forma hei de lhes dar.
Mas, quando finalmente encontro-me nos lençóis, é o sol que quer saber o que é que há.
A madrugada é mesmo engraçada, eu já nem sei se ela sequer existiu.
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