Eu andei pensando nas voltas que o mundo dá e em como a gente acaba aonde nunca pensou em estar.
Em como às vezes mudar de hábitos, ares e ideias parece o fim do mundo, mesmo que seja só o fim daquilo que deixamos nos limitar.
Pensei também em como nunca se pode ter certeza sobre nada do futuro ou de qualquer pessoa. Tudo pode sair completamente diferente do planejado e, puts, isso é muito bom!
É o que alimenta o frio na barriga, é a vida e a mais pura verdade.
A gente não tem controle de nada.
Passei tempo demais cheia de certezas e vazia de todo o resto. Fui pro inferno umas três ou quatro vezes e sei que ele fica aqui mesmo, na Terra. O paraíso também.
É tudo uma questão de ponto de vista, né? A gente pede por dias melhores e uma vida mais bonita, mas continua pessimista, mal humorado e do mesmo jeito de sempre: parasita.
A gente conta com a vida após a morte, mas aqui vive morto por dentro.
Não dá pra deixar pra depois, empurrar com a barriga ou fingir que não liga.
Eu andei tão descrente de Deus sem saber que a descrença era dEUs.
Assumi meus erros, perdoei meus pecados, abracei meus demônios: é sempre tempo de começar de novo.
E, puta merda, que sorte a gente tem de nunca estar sozinho. Se não bastarem os sete bilhões de seres errantes e instantes distribuídos pelos quatro cantos do mundo, tem todas as outras formas de vida de tudo quanto é colorido, tem os inúmeros eus que te fazem você e tem Deus (ou universo ou qualquer outro nome que você preferir dar).
Deus não tem forma ou cor nem se deixa quantificar, mas é bom. Mesmo que o bem não seja aquilo que se esperava, mesmo que às vezes pareça ruim.
Sejamos como as árvores que quebram o concreto da calçada. Não nos limitemos.
Questionar e recomeçar, agradecer e continuar.
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