quinta-feira, 28 de abril de 2016

Eu queria não ser clichê, mas é isso

A realidade, eu gostando dela ou não, é que eu amo você.
Não estou deslumbradamente apaixonada pelos seus olhos ou pelo timbre da sua voz, como aconteceu antes. Eu te amo daquele jeito envolvente e avassalador que faz o tamanho dos braços injusto perto da vontade de abraçar.
Daquele jeito que me faz gaguejar e gesticular como uma idiota quando tento explicar.
E é isso. Não é algo que se escolhe ou se pode mudar. Aceito meu amor por você como aceito meus olhos castanhos, minha necessidade de viajar e meu medo de rejeição.
Entretanto, não sei se se trata de um amor romântico. Talvez eu te ame como amo o Dalai Lama, a Luiza e a Nicole. Por vezes prefiro acreditar que sim, pois tenho medo de insistir e descobrir que as duas partes não se encaixam nem se conhecem mais (isso me assusta muito...).
Só sei que te admiro e te adoro. Sei que te quero bem, descobrindo o mundo e a si mesmo, sendo feliz, saindo da inércia...
Isso não significa que eu não deseje estar perto de você, que não imagine um encontro de lábios, corpos e ideias e que, secretamente, você povoe meu pensamento antes de dormir.
Talvez seja porque você é uma constante de que eu gosto em um mundo onde tudo é novidade. Sem nem saber eu escolhi te manter aqui (e olha que eu sou péssima em manter contato).
Eu me aceito e te aceito também. Da maneira abstrata, quem sabe até um pouco disforme, de quem não sabe o que vai acontecer.
A hora é imprópria e a gente não deve nunca deixar de viver. É tempo de afogar-se nas loucuras e no novo, testar limites.
Ainda assim, continuo a semear o que me faz sentir em casa: ser eu mesma, ser inteira. Tem gente que é lar.
Amor não some com o fim da estação.

25/04/16

Nenhum comentário:

Postar um comentário