sexta-feira, 25 de abril de 2014

Monstro da meia noite

Em algum momento, aparentemente aleatório, eu percebi que os meus braços eram curtos demais para jogar e meus traços não eram tão agradáveis ao olhar.
E, então, tive medo.
Medo de tudo aquilo que me habita e eu chamo de certeza.
Não sou, nem nunca serei, alguém maior que os meus sonhos. E isso poderia ser bom, mas me sinto presa à tudo aquilo que me impossibilita.
Embora eu encontre caminhos alternativos ou deixe pra lá, há sempre o fantasma do "eu não fui capaz".
Quem sou eu se não o medo de falhar, o medo de morrer, o medo de não ser?
O que eu queria era ser poesia, mas poesia sente prazer no medo de ser declamado e, ultimamente, só tenho buscado pontos de exclamação e aquilo que não me faz perder o sono e questionar a alma.
Acho que sou covarde. Talvez eu não valha nada mesmo, mas eu encontrei os mais nobres sentimentos e não quis vesti-los. Andei nu e cru pelos sete sóis.
Pois bem, há quem diga que esses sentimentos se encaixam em mim de qualquer maneira, mas a simples ideia daquilo que compõe o "Eu" me faz encolher os ombros.
E em que momento a pessoa que não conseguia ficar com os pés no chão virou esse ser que não quer mais ter ambição?
E eu, que não achava ser possível medir alegria, só quero que me baste a mediocridade.
E  Whisky cowboy.

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