segunda-feira, 5 de maio de 2014

Quiabo

Há quem sinta necessidade de despejar seu lixo sobre os outros, o ataque como uma função de defesa nessa vingança que busca o prazer no sangue escorrido e seco, há mais tempo do que consigo lembrar.
Há quem se refugie no silêncio, mesmo que depois esse teto desabe. Não se enxerga o tremor de maneira estática.
 E há também quem ria em situações indevidas, por puro medo de não saber como lidar. O toque, o encontro, o temor...
Sem essa busca por certo ou errado, todos têm a sorte e o poder de simplesmente ser, existir.
Sorte essa que há quem transforme em azar, mas esse alguém tem a possibilidade do "há".
Vivo cercada de possibilidades. Fazer algo novo e começar outra vez, olhar pro céu distraída e pisar na merda, andar na garupa na contramão, viajar pra longe e ter medo de voltar, andar no escuro de mãos dadas, mudar o mundo com palavras, cansar de esperar o elevador e ir pelas escadas, fazer rimas toscas sem nem perceber e me jogar no chão sem precisar de porquê.
Se é frustração, se é euforia, se é cansaço... Isso eu deixo ao acaso! Quero apenas o ser.
Isso me basta.
Quiabo.
(Daquele jeito sussurrado pra você entender errado).

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