terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Gabriela

Pra mim, era aparição de férias de verão e saudade em qualquer outra estação. De sotaque arrastado, sorriso largo e malandragem na alma, ela era carioca. 
Quando menina era às vezes um tanto arredia, devido a tudo que foi submetida. Na garganta não suportava nós: sempre teve voz. E, apesar do caos da vida real, ria e cantava alto porque toda hora era rosa e todo dia era prosa.
Ela era Gabriela. Menina magrela e malandra sempre à frente da dança e em busca de encrenca. 
Durante um tempo foi "Beiéia", mas a vida toda foi uma espécie de super heroína que eu amava, admirava e queria tanto impressionar. 
A prima de outro estado, da praia, do gingado.
Em noventa e tantos era cachinhos e molecagens: em cima da árvore, correndo até que a pudessem alcançar. Em dois mil e pouco era rebelde: cabelos coloridos e ideias absurdas. Hoje ela é a beleza de uma vida inteira e a certeza de que muito ainda está por vir. Gabi está sempre à frente e segue sempre em frente, apesar do terror que dá as caras de vez em quando.
Gabi entrou em todas as faculdades possíveis e imagináveis com a mesma facilidade que entrou na vida de toda gente: sem possibilidade de ser esquecida.
Uma selvagem de cabelo impecável. Dispensa amarras e preconceitos. Aceita os devaneios porque vê verdade em toda parte. Por vezes se perde em seus próprios espirais, mas se encontra, infinita que é.
É audácia, coragem, cara de pau... É amor. E quando a vejo, mesmo que de longe, tão linda e vívida (ávida por mais), também enxergo a pequena que sempre queria colo e, de tão livre, me fez também querer ter asas.
Entre tantas elas, Gabriela.

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