Na última vez em que fui dormir em 2015, minha cabeça pesou e eu não pude pegar no sono.
Era estranho justamente por causa do monte de sonhos que tive naquele ano. Sonhos que de repente estavam a caminho da realidade.
Dois mil e quinze foi um ano de transição. Eu vi gente morrer, me fiz crescer, criei projetos, abandonei o que me pesava os ombros e passei um certo tempo querendo estar em outro lugar.
Agora, prestes a embarcar, me vem o choque.
Um ciclo chegou gloriosamente ao fim e é muito confortável estar na posição em que se admira quão lindas são as memórias e se pode rir do que outrora fez sofrer por parecer o fim do mundo.
O que assusta, na verdade, é que o fim de um ciclo anuncia um novo.
"E agora, Jami?" Pergunto a mim mesma como Drummond a José (muito menos melancólica, porém).
Chega a hora em que tudo cobra e exige respostas. Sinto falta da utopia de que adultos sempre sabem o que fazer e fantasiar ao responder à pergunta"o que você vai ser quando crescer?".
Acabou a segurança da casa dos pais e o conforto de estar em meu país. Trilhar caminhos longe da zona de conforto é o que eu sempre quis, mas assusta.
Passeio, então, por esses 365 dias que vivi.
Não gosto de quando as pessoas maldizem um ano, é tirar de si a responsabilidade e a culpa das cousas terem sido ruins.
É vero que em dois mil e quinze se foi o BB King e rolaram os atentados em Paris (sem falar do que tá acontecendo na Síria!!!), mas a culpa é dos homens, nunca do tempo. O tempo é ouro e é pouco. Ou será que pouco somos nós?
Sei lá, só sei que dois mil e quinze me incentivou a caminhar e ir além. Procurar respostas pras perguntas que o ano (ou será que fui eu mesma?) não me respondeu e... ah, meu Deus, isso soa como um daqueles textões de autoajuda típicos de fim de ano que eu acho tão ZzzZZzzzzz.
O pior é que eu não tenho uma conclusão genial ou algo que vá fazer com que as pessoas repensem o sentido da vida, mas faz parte.
As cousas nem sempre têm um final bem pontuado. O ano termina numa quinta feira, da mesma maneira que uma vida inteira acaba num sopro e o que resta é só o corpo. Sem fazer a viagem dos sonhos, se declarar, assumir os erros, pular de paraquedas, fazer uma tatuagem, conhecer o mundo, pedir desculpas...
Ah, não, a gente não tem tempo pra perder e se arrepender.
O meu muito obrigada a dois mil e quinze (se pudesse seria um abraço). Espero que seu sucesso nos devore (e vice versa).
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