quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sobre céu nublado e arco-íris

Faz de mim sua chuva, sua tormenta.
Faz isso sem esperar a bonança.
Tudo o que se permite ser desafinado me encanta.
Porque eu não gosto de rostos sem rugas. É como uma tela em branco, evitando sua própria criação. A gente se desenha.
A gente também se pinta, em sonho.
Só quem se aventura assim é que pode encarar os dias de cara e alma lavada.
Porque somos todos sonhos. A realidade é só o que a gente expõe.
Nunca lembro dos meus sonhos, e por isso peço que me leve pelas mãos.
Não faz bem atravessar a rua como quem pula de paraquedas. Não faz bem gritar pro mundo, e pra quem mais estiver prestando atenção, que eu nunca passei de um ponto de interrogação.
Assim, com tudo o que é desconexo e vital, construímos ninhos nas raízes. Abrimos mão de voar o que é de fora e abrimos asas pra moldar o que é de dentro.

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