quinta-feira, 28 de abril de 2016

Oma, oh my...

I wanna live in your arms and hear you whisper in my ears that I should go by some candy while my dad is not awake.
I wanna be the child you eternized in your mind. I want the innocence and the joy.
Oh, wow, it breaks my heart to know that I can't own the Earth and the sky.
I should have known, I should have known. 
I don't own my thoughts, my life and my goddamn conscience.
I don't control my feelings and I feel so lost deep inside my fears.
Sometimes I truly believe that I've been losing my manners and my mind. Grandma, in the bad days I am so sure that I'm going insane… quietly and subtly though, like good girls should.
I'm no good, I've told you so. You don't believe me cause you're a headstrong, but I do try to be better for and with you.
Love must really be extremely irrational, cause you still manage to put me in your arms and say things will be alright. And I believe you. 
I have to. Just like I do my best to believe in heaven: hope keeps me standing.
Stand here with me. For one more dance and film nights. For many more.
I like being your hummingbird and I love you.
 

Doida e doce

Eram 23:56 e eu estava deitada do lado esquerdo da cama ouvindo midnight, do Red Hot Chili Peppers.
Da janela, um espetáculo de raios de um céu que transitava entre luz e sombra como num piscar de olhos.
Era um daqueles dias tão bons que a gente fica sem saber direito à quem agradecer.
Amém.
Pensei em todas as pessoas com suas deformidades e desencantos, verbais e visuais, andando por aí procurando um lugar seguro pra se esconder e tentar ficar em paz. Cheias de sacolas e acúmulos sem saber aonde ir. Pensei em como é triste que sejamos nossos próprios fardos. 
Pensei em como, mesmo com tudo isso e a desgraça que insiste em trombar um qualquer a todo tempo, eu tive um dia ótimo.
Eu amo a vida e aceito meus pecados: hoje não queremos ser perdoados.

08/11/14

Eu queria não ser clichê, mas é isso

A realidade, eu gostando dela ou não, é que eu amo você.
Não estou deslumbradamente apaixonada pelos seus olhos ou pelo timbre da sua voz, como aconteceu antes. Eu te amo daquele jeito envolvente e avassalador que faz o tamanho dos braços injusto perto da vontade de abraçar.
Daquele jeito que me faz gaguejar e gesticular como uma idiota quando tento explicar.
E é isso. Não é algo que se escolhe ou se pode mudar. Aceito meu amor por você como aceito meus olhos castanhos, minha necessidade de viajar e meu medo de rejeição.
Entretanto, não sei se se trata de um amor romântico. Talvez eu te ame como amo o Dalai Lama, a Luiza e a Nicole. Por vezes prefiro acreditar que sim, pois tenho medo de insistir e descobrir que as duas partes não se encaixam nem se conhecem mais (isso me assusta muito...).
Só sei que te admiro e te adoro. Sei que te quero bem, descobrindo o mundo e a si mesmo, sendo feliz, saindo da inércia...
Isso não significa que eu não deseje estar perto de você, que não imagine um encontro de lábios, corpos e ideias e que, secretamente, você povoe meu pensamento antes de dormir.
Talvez seja porque você é uma constante de que eu gosto em um mundo onde tudo é novidade. Sem nem saber eu escolhi te manter aqui (e olha que eu sou péssima em manter contato).
Eu me aceito e te aceito também. Da maneira abstrata, quem sabe até um pouco disforme, de quem não sabe o que vai acontecer.
A hora é imprópria e a gente não deve nunca deixar de viver. É tempo de afogar-se nas loucuras e no novo, testar limites.
Ainda assim, continuo a semear o que me faz sentir em casa: ser eu mesma, ser inteira. Tem gente que é lar.
Amor não some com o fim da estação.

25/04/16

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Geografia da saudade

Hoje, durante a aula de Geografia, havia um globo terrestre perto de onde eu estava sentada. Coincidentemente, a parte que eu podia enxergar era a da "Südamerika".
Fiquei olhando o Brasil. Podia ver desenhados os rios e isso me encheu de saudade. Via um ponto que indicava Santarém, pertinho do Rio Tapajós, e, por Deus, que vontade eu tive de navegar por lá outra vez. No globo não era possível ver Alter do Chão, o paraíso banhado por aquele rio, que, ao vivo, parecia um mar e ali era representado por uma linha azul fininha.
A oeste, via-se Manaus, às margens de outra linhazinha, o Rio Negro. Um pouco à frente, ele se juntava ao Solimões e se tornava o Amazonas. Algo simples, certo? Dois rios que se encontram.
Olhei para as pessoas à minha volta, meu colegas de sala. Alemães, majoritariamente louros, embora houvesse uns três ou quatro com traços árabes. Pessoas incríveis, muito mais simpáticas do que o estereótipo que o resto do mundo faz dos alemães. No entanto, jamais entenderiam o encontro das águas e como é mágico o fato de que dois rios de cores diferentes naveguem lado a lado sem se misturar, por quase 10 km, e depois se tornem um dos (se não o) maiores rios do mundo.
Pensei em como explicar a proporção da miscigenação para aquelas pessoas que ficaram chocadas quando viram uma foto da minha melhor amiga brasileira, Bia, que é ruiva e quase transparente. "Mas existe gente branca no Brasil?!?!!"
Caramba, como é que se explica farofa, arroz com feijão, pão de queijo, dendê, acarajé, brigadeiro e guaraná?
Como é que faço entender o movimento frenético e delicioso das músicas de Chico Science e o gingado encantador de Tom Jobim? Como é que faço entender a malandragem elegante de Chico Buarque e a sacanagem dançante da Furacão 2000? (Puts, que vontade de dançar "Já é Sensação") 
Como dar uma dimensão real de quão grande é o Brasil e deixar claro a importância do debate "é biscoito ou é bolacha"? Deixando claríssimo também que é bolacha.
Como é que eu conto do carnaval de Olinda, dos protestos na Paulista e do samba carioca? Que a gente não mora em ocas, que a capital é Brasília e que ela tem o formato de um avião?
Não tem como, não basta explicação. O Brasil é uma experiência sensorial que é sensacional.
Não, eu não quero voltar. Não agora, não tão já. Mas hoje me senti grata e rica por ter nascido lá.