domingo, 11 de janeiro de 2015

Pelo visto virão

Finda o dia
escorre na sarjeta
um misto de inocência e alegria

Questionam,
entre clicks e mordidas,
se é o feto ou a placenta
na proporção do teto e da fazenda

A morte não padece
no beija flor que rodeia o lixo
ou no motorista que vê o pôr do sol
pelo vidro espelhado do banco central

Disseram-me fraca
pelas explosões e a aspirina
Contei, como os dedos das mãos,
que eu sou mercúrio além dos dias bons

Nada cala sem escalas
e os beijos perdidos
em faces estáticas
não sei se piam ou choram
o medo do ontem
o desgosto de hoje
E a incerteza do amanhã

Mas cala essa boca!
É verão!
Desce mais uma
desce a serra
Só pare de ansiar por um mundo são
Mas e São Paulo?
São Vicente.
E São Caetano?
São Sebastião.
São todos loucos.

Até nos corpos mais bronzeados
de sorrisos estampados
Há certeza de que verão invernos.

Em vão?
Não!
Na veia.

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